O papel nasceu na China no ano 105 d.c, foi levado para a Europa pelos árabes e, desde então, ganhou destaque na história da civilização. Uma pesquisa sobre essa fascinante história motivou a estilista Virgínia Barros a explorar o tema e a matéria-prima na coleção inverno 2015 da sua marca, especializada em calçados femininos e masculinos.O trabalho batizado de Papel passado e futuro acompanha a trajetória do material, do papel artesanal da antiguidade à era do sintético – sem celulose e ecologicamente correto, que remete ao futuro – representado pelo tyvek. Conhecida por seu trabalho autoral, que desafia os cânones tradicionais do mercado da moda, e sempre adepta à novas possibilidades, Virgínia Barros propõe formas inéditas com bases poéticas, que acompanham a temática das coleções.

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  Os sapatos femininos concebidos para a estação não fogem à regra, mostram estampas digitalizadas de folhas de caderno, superfícies de papel artesanal, papel amassado, envelope e barquinhos.Várias linhas estão sendo apresentadas para o inverno 2015, como peep toe com salto alto e com salto largo, entre outros diferenciados. Botas rasteiras e com salto 6 cm, sapatilhas de bico fino, sapatos quadrados ou com bico levantado.Nos modelos, propostas inusitadas como a de arames, que substituem cadarços, remetendo à cadernos; sapato de salto inspirado em aviãozinho de papel; em forma de carta com pares diferentes – um é a frente e outro, o verso -; sapatilha em forma de barco de papel; oxford em folhas de papel. A surpresa é o sapato revestido em papelão, que pode perfeitamente ganhar as ruas.

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A pegada da coleção é que os modelos têm a liberdade de seguir o tema ao mesmo tempo que foram criados para serem usados. O couro também entra como matéria-prima para o inverno 2015, trabalhado como se fosse arte em papel, com detalhes de picotes e folhas rasgadas. O efeito tridimensional das peças é outro destaque na modelagem.Os tons da cartela privilegiam o preto, chumbo, cor de papel craft, terrosos, verde água, laranja, azul bic, mostarda.

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 Fotos Marcelo Túlio