Tarde de carnaval, em uma mesa de bar qualquer…

– Tô louco por vc…
– Rs…
– Mas sou casado, tem 15 anos…
– Entendo…
– Nossa, vontade louca de te beijar.
– Eu também, mas vamos continuar a conversa.
– Vamos para outro lugar?
– Podemos caminhar um pouco..
E na primeira esquina os dois se beijam. Como bichos, com toda fome e loucura do mundo.
– Nossa, tinha tempo que não me sentia assim…
– Seu beijo é muito bom!
– Mas precisamos resolver algumas coisas antes
– Tipo?
– Quero transar com você todos os dias!
– Rs…Você é casado, já estamos errados!
– Eu preciso te encontrar de novo!
– E como vamos fazer isso?
– Tem que ser tudo bem conversado.
– Claro!
-Porque não quero magoar minha esposa…
– Nem eu!
– E temos que colocar tudo às claras.
– Perfeito!
– Você não pode se apaixonar por mim.
– Nem você por mim. Rs…
– Mas mulher sempre fica carente depois do sexo.
– Quem disse?
– Vocês precisam mais da gente.
– Nesse instante, eu só preciso do seu beijo.
– Tenho medo de você se apaixonar por mim, não separar as coisas…
– E porque não pode acontecer o contrário?
– Pode também.
– E temos que conversar sobre tudo.
– Estou adorando essa conversa!
– E AIDS?
– Temos que nos prevenir sempre.
– Claro. Se você ficar com outra pessoa, você tem que me falar.
– Então, você continua casado, eu posso ter qualquer outro relacionamento e a gente se encontra para transar quando der vontade?
– Isso. Várias vezes… Rs…
– Ok. Mas eu não posso te ligar.
– Melhor não.
– E como vamos nos comunicar? Por mensagem?
– Mas fica gravado no celular…
– Então você me liga e apaga… Ou coloca outro nome.
– Será que vai dar certo?
– Bem… Essa vontade não vai passar assim…
– Não mesmo. Tô me sentindo um adolescente.
– Então faz assim: Te dou meu cartão e você me liga quando puder.
– Ai meu Deus…
– Preciso ir. Vou te esperar.

E ela vai sem olhar para trás. Sem saber o que vai acontecer no outro dia. Com o corpo ardendo, um desejo louco de simplesmente esquecer tudo e ficar. E ele lá, parado, com o cartão e o coração na mão. Pensando se vale a pena se arriscar por um momento, por algum tempo de luxúria. A cabeça roda, a consciência grita. E o corpo todo pede pelo outro corpo que se vai. Amanhã, pensa, precisa reunir coragem para ligar. Se arriscar. Se queimar. Se encontrar em outro corpo como se nada mais importasse. É melhor nem pensar…