Fui mãe solteira aos 23 anos e posso afirmar que não é fácil. Pelo preconceito, descaso, solidão. Criar um filho sem apoio, divisão de tarefas, noites ou dias em claro, sem rumo e sem chão é algo digno de prêmios vários. Mas tenho mil motivos para me orgulhar, pois – apesar de – meus filhos são exemplo de carinho, cidadania e educação.
E como gosto muito de conversar e entender o universo masculino, um fato me chamou a atenção. Ontem escutei a mesma frase que ouvi na semana passada, mas de pessoas diferentes:
– Quero muito ser pai, mas não quero casar não…
Estranho, né? Porque ser mãe solteira, teoricamente, é mais fácil. Você mesma tem o filho e ele fica debaixo da sua asa desde então. Mas como seria um pai solteiro por opção? Quem seria essa mulher que iria dar a ele um filho e não querer mais nada não?
Mesmo com todos os valores e maneiras de se relacionar tão novas, essa me surpreendeu. Homens querendo desesperadamente casar e não encontrando nenhuma pretendente eu já vi vários, mas ser pai sem casar…Já conheço 2!
Será que estamos mesmo tão egoístas e isolados que o outro surge sempre como um invasor? Compartilhamos tanto conhecimento, posts, notícias, mas nos tornamos incapazes de dividir sentimentos. Querer um filho é algo nobre, mas querer só pra si pode ser um tanto solitário.
Afinal, o bom de ter um pedacinho de você – e de uma outra pessoa – em um novo ser é exatamente dividir bons momentos em que cada um se percebe nessa criança de maneiras diversas. Tenho em meus filhos reflexos de personalidades materna e paterna, jeitos, olhares, um pouco mesmo de cada. E me lembro do quanto quis ter alguém ao lado apenas para dizer:
– Ele sorri como você.
Mas como o mundo mudou e toda forma de amor vale a pena, quem sabe essa tal surpresa se torne apenas mais uma em um emaranhado de emoção? Me conta aí a sua opinião!
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