O dia 8 de março é um símbolo da luta da mulher por direitos e equidade de gênero

“O dia é da mulher, mas a luta é de todos. Essa não é uma data marcada por celebração, mas por luta. É o símbolo de uma batalha que travamos todos os dias por direitos. Buscamos hoje, sim, equidade de gênero – questão que nos é tão urgente e necessária – mas algumas mulheres ainda batalham pela simples sobrevivência. E, o que é mais triste, dentro de suas próprias casas”, pontua Luiza Lugli Tolosa enquanto explica o que motivou a criação da campanha de Dia das Mulheres da cervejaria Dádiva, da qual é sócia-fundadora.

As campanhas de Dia das Mulheres da Dádiva, marca criada e gerida por uma mulher, sempre têm como mote o protesto contra as desigualdades de gênero. Neste ano, a ação questiona o silêncio pernicioso da sociedade diante da violência doméstica contra a mulher, que, no último ano, aumentou ainda mais no cenário de isolamento social decorrente da pandemia.

Muitas vezes, a mulher sofre violência doméstica e não sabe que vive uma situação de abuso. Em outras, ela tem conhecimento do fato, mas não denuncia seu agressor porque sente vergonha – já que é levada por ele a se sentir culpada – ou porque é dependente dele, emocional ou financeiramente. O medo do que pode acontecer ou de ser desacreditada pelas pessoas também pode ser um obstáculo para a denúncia. Mesmo em casos em que a denúncia é feita, abundam relatos de ineficácia em punir agressores ou prevenir novas agressões.

É preciso, portanto, deslocar a responsabilização: a denúncia é uma responsabilidade coletiva, não da mulher agredida. Quantas vezes as pessoas se calam diante de uma agressão física ou psicológica contra a mulher porque o agressor é alguém próximo (irmão, amigo, primo)? Quantas vezes se calam exatamente porque é algum desconhecido? Quantas vezes se calam porque não é “problema delas” ou porque “em briga de marido e mulher não se mete a colher”? Quantas vezes não culpam a vítima ou a rotulam como “dramática” ou “excessivamente sensível”, naturalizando episódios de violência?

“O machismo age de forma muitas vezes silenciosa e naturalizada socialmente. O que torna qualquer tipo de violência contra a mulher, seja ela psicológica ou física, um problema comunitário, uma responsabilidade de quem se cala diante disso. Essa é uma luta que deve ser travada por todos”, explica Luiza.

A campanha da Dádiva vem para expor a necessidade de um debate social amplo e elucidativo sobre a violência contra a mulher e a nossa responsabilidade enquanto sociedade de ajudar a quebrar o silêncio e motivar uma mudança efetiva.

“O nosso objetivo com a campanha é chamar as pessoas à responsabilidade e oferecer informação para que se discuta o assunto, além de apresentar canais de apoio às vítimas”, ressalta Luiza.

O nome da campanha virá estampado na lata da cerveja e estará coberto por uma fita. A ideia é que quando a pessoa que comprou a lata tire essa fita, ela imediatamente entre em contato com o tema e o assunto seja colocado em pauta ali mesmo, na mesa do bar ou em casa. Ao ver o rótulo, ele também será convidado a procurar sobre o tema nas mídias sociais – Instagram e Facebook – da cervejaria onde encontrará as informações sobre a campanha, conteúdo sobre violência doméstica e indicações de projetos que apoiam mulheres que passam por esse tipo de situação. Saiba mais em cervejariadadiva.com.br .

O desafio proposto com a campanha é: dialoguem, despertem sobre esse tema que não é só das mulheres. Coloquem de uma vez por todas esse assunto em pauta, joguem na roda, coloquem na mesa e metam a colher. Quebrem essa corrente e esse silêncio tão nocivos.

Além disso, como o alcoolismo é uma das causas apontadas para o aumento da violência doméstica, a Cervejaria Dádiva, por acreditar que a cerveja deve ser consumida com moderação, irá divulgar vários conteúdos durante esse mês que exercem esse papel. Um dos debates constantes no meio da cerveja artesanal é exatamente a conscientização em relação ao consumo de álcool e o lema é, inclusive: “Beba Menos, Beba Melhor”.

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