É com muita alegria e orgulho que apresento nosso novo colunista. Grande amigo e super profissional, Homero é jornalista e apreciador das boas coisas dessa vida. Pedi a ele, grande conhecedor das manhas e artimanhas da sedução, para dar algumas dicas para as mulheres, da mesma forma que dou – dicas –  para os homens. O  resultado é esse texto delicioso que eu simplesmente adorei…Divirtam-se!

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Cair no “conto do vigário” é, sempre, ruim. A gente com a sensação de que deu bobeira, foi ingênuo e coisa pior. O cafajeste é um dos piores predadores com que uma mulher pode se deparar, mas, muitas vezes, ela ruma aparentemente hipnotizada para a boca do lobo. Bom, a primeira coisa que toda mulher deve saber é que o cafajeste é igual um ônibus sem freio: ou seja, quanto antes você detectar o perigo, melhor. Afinal, depois que você embarca numa canoa furada, só vai se dar conta do que fez quando ela começar a fazer água e, nessas alturas do campeonato, escapar com vida é muito difícil.

A dificuldade em identificar o cafajeste advém da familiaridade com que ele entra em sua vida, da forma como ele te conquista e do tanto que você gosta disso. É como um estelionatário: nunca vi nenhum que abrisse seu cofre ou roubasse seu talão de cheques; isso é coisa de trombadinha, de bandido. O estelionatário conquista sua confiança de tal forma que você mesma entrega as chaves e o segredo, dizendo que ele é a única pessoa do mundo em quem você confia. Coitada…

Em um mundo cada vez mais estressante, é, realmente, difícil dizer não a uma pessoa cuja marca registrada é te fazer se sentir bem. Afinal, o cafajeste não mede esforços e muito menos palavras para atingir seus objetivos – te comer, por exemplo. E o pior de tudo é que a cafajestagem parece inerente ao homem, à necessidade que o macho tem de se saciar com a mulher. Notem, que estou falando do estelionatário do amor e que nosso papo aqui, hoje, se resume ao conquistador barato, ao Don Juan ou ao cachorro, como vocês preferirem nos chamar – ou melhor, chamá-los.

Não fiz faculdade em patifaria, não sou psicólogo e nem nada parecido com isso, mas confesso que usei de todo tipo de artimanha, das improvisadas às aprendidas em filmes para atingir meus objetivos. E foram dezenas de “sucessos”. Não precisei de presentes ou joias, não gastei fortunas. Afinal, o bom cafajeste tem na palavra sua arma mortal e é exatamente por aí que vamos começar. Preste atenção nesta dica:

O cafajeste é especialista em dizer tudo o que você gosta ou gostaria de ouvir. Ele não tem escrúpulos e diz, até para a mais feia das mulheres, que ela é linda, uma Deusa – se for necessário. Portanto, preste bem atenção nisso: você tem espelho em casa e, como vivemos em um mundo guiado pela imagem, uma mínima noção de seus atributos físicos. Se algum homem chegar para você, seja em uma quermesse de paróquia ou numa balada, e começar a te descrever como uma atriz de Hollywood, desconfie.

Ao contrário das mulheres, que se encantam pela personalidade ou pelo charme de um homem, os caras sabem muito bem diferenciar as “lindas das feiosas” – a natureza nos fez assim. Então, o primeiro passo para evitar um cafajeste é não se deixar levar por elogios que lhe pareçam minimamente incompatíveis com sua aparência.

 

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Homero Gottardello é jornalista e já deu suas incertas, quando era mais novo e até bonitinho. Graduado também em Música e Belas-Artes, vai dar dicas sobre o universo masculino aqui neste espaço.