Especialista da Dasa explica as diferenças entre os tipos de exames e quando eles são indicados

A descoberta do câncer de mama ainda em estágio inicial é o principal fator para o desfecho clínico positivo. Se diagnosticado de forma precoce, as chances de cura podem chegar a 95%. No entanto, por conta da pandemia, mais de 2,8 milhões exames voltados para a detecção do câncer de mama deixaram de ser realizados nos últimos 12 meses na rede Dasa, maior ecossistema integrado de saúde do Brasil. Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, 88% das mulheres em idade elegível para o rastreio não realizaram o exame nesse período.

O câncer de mama é o mais prevalente entre as mulheres. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) calcula que mais de 66 mil casos novos da doença devem ser diagnosticados em 2021.

A médica especialista em radiologia mamária do Laboratório CDPI e da Alta Excelência Diagnóstica, da rede Dasa, Fernanda Philadelpho, preparou uma lista com os quatro exames mais eficazes para rastrear e diagnosticar o câncer de mama de acordo com as particularidades de cada caso.

Mamografia
A mamografia é o exame mais indicado para rastrear tumores nas mamas. O equipamento utiliza raios-x e a compressão das mamas para obter as imagens. Mulheres a partir de 40 anos precisam fazer a mamografia uma vez por ano. No entanto, há casos que, mesmo antes dos 40, a mamografia já é necessária na rotina de exames

“Quem tem histórico familiar de câncer de mama precisa ficar mais atento, já que os estudos mostram que pode haver uma probabilidade maior de desenvolver a doença”, lembra Dra. Philadelpho. “Nesse caso, dependendo do grau de parentesco com a familiar que teve o câncer, o médico pode solicitar a mamografia antes da idade recomendada”, destaca.

Tomossíntese
Uma outra forma para detectar um possível câncer de mama é a tomossíntese ou a chamada mamografia 3D. O exame funciona parecido com a mamografia, mas obtém imagens das mamas em cortes. Isso permite que o médico consiga visualizar com mais clareza alterações sutis, antes imperceptíveis na mamografia, sobretudo pela alta densidade da glândula mamária.

“Por ter um custo maior e também não estar ainda no rol de procedimentos cobertos pelos planos de saúde, a tomossíntese acaba sendo menos solicitada, mesmo estando indicada para o rastreio de rotina como a mamografia”, ressalta Dra. Philadelpho.

Ultrassonografia
Indicada de rotina para pacientes que tenham mamas densas – quando há maior incidência da glândula mamária – a ultrassonografia também pode ajudar no diagnóstico do câncer de mama.

O exame utiliza um equipamento que emite som em alta frequência que, quando colocado sobre a pele, reproduz a imagem em tempo real do interior da mama em uma tela. Nesse tipo de exame, o médico consegue identificar alterações como cistos e nódulos, seu tamanho e forma.

Ressonância Magnética
A ressonância magnética é outro exame de imagem que pode ser solicitado pelo médico quando no rastreio do câncer de mama. Nela, a paciente se deita de bruços com as mamas em um suporte e é encaminhada para dentro de um tubo. O tubo tem em seu interior imãs que criam um campo magnético ao redor da pessoa e, por meio de pulsos de radiofrequência, interage com os tecidos para criar a imagem. O processo é indolor e tem duração entre 20 a 30 minuto.

O rastreio é indicado apenas para pacientes com alto risco para desenvolvimento do câncer de mama, seja pela história familiar, mutações genéticas, etc. Nos casos em que já há o diagnóstico de câncer, a ressonância é fundamental na avaliação da extensão da lesão.

A especialista ainda alerta que, apesar do medo de contaminação pela Covid-19, o impacto desse intervalo no cuidado é grande. A flexibilização do isolamento social traz agora a oportunidade de se retomar o autocuidado e colocar a saúde como prioridade, de forma integral. “Por isso, é tão importante manter os exames em dia”, completa Fernanda Philadelpho.