Ser bonita hoje em dia se tornou obrigação. Bonita e magra! Lutamos durante tantos anos pela igualdade de direitos com os homens e nos esquecemos que a maior liberdade é se sentir bem com o que se tem.Você já viu algum homem esticando a pele do rosto imaginado como ficaria com uma pequena plástica? Nem eu! Já viu eles recusando o tira gosto e falando sobre quantas calorias tem na cerveja? Pois é…
As mulheres se tornaram escravas de uma ditadura criada pelo mundo da beleza de maneira totalmente irracional. Além de sermos inteligentes, independentes, interessantes e interessadas, temos que ter o rosto de 15 e o corpo de uma beldade. Abusos tem sido cometidos diariamente em busca do corpo perfeito. Casos de anorexia, bulimia, mulheres que morrem durante a lipoaspiração são o reflexo da loucura dominante.
Parece que ficou proibido envelhecer, engordar, enrugar…Conteúdo se tornou superficial e os padrões se repetem.Louras siliconadas e com barriga tanquinho surgem seminuas na TV. Mudas, obviamente. Mas permeiam o imaginário social e fazem as academias lotarem de pessoas em busca do corpo ideal. Para quem?
Durante alguns anos dei aulas de imagem pessoal a várias mulheres e a primeira pergunta que eu fazia era: O que você mais gosta em você? Raras eram as mulheres que diziam: Tudo!
E, pasmem, as que menos se valorizavam eram as mais novas e mais bonitas. Mulheres mais maduras tinham a auto estima mais elevada e até brincavam com algumas imperfeições, afinal, ninguém é perfeito!
E isso que é bacana. Somos únicos, diferentes em vários sentidos e super interessantes. Passei boa parte da minha vida lutando contra a magreza – tomava sustagem, levedo de cerveja e tudo mais que inventassem – tenho várias sardas pelo corpo, que já foram tachadas como ferrugem e marca do capeta, ganhei e perdi peso e peito durante as duas gestações e hoje percebo que tudo em mim é reflexo da minha natureza e do que faço pelo meu corpo. Desisti de ter peitão, respeito as oscilações da minha barriguinha e malho quando dá tempo. Como de tudo e não me privo de viver.
