Falar de amor em tempos de Tinder pode soar quase ridículo. Mas ainda acredito naquele sentimento bobo, que te deixa feliz por nada, ansiosa pelo momento do encontro e com aquele torpor gostoso depois do sexo. E em tempos de relacionamentos relâmpagos e outros interesses vários, querer estar com alguém na rua, na chuva e na fazenda é algo raro de se ver. Ou não?
E quando eu menos esperava, aconteceu: Depois de idas e vindas, enredo de novela mexicana e dramas de TPM, baixei a guarda e me entreguei. Queria pertencer a alguém, andar de mãos dadas, perguntar como foi o dia, ter um carinho raro, ser única. Imagino que, se o corpo atiça e a alma acalma, é hora de parar de procurar.
Mas amor é sentimento complexo, que passa sempre pelo tal coração. E lá, encontra sentimentos menos nobres, como vaidade, ciúmes, mágoas antigas, medos…Como se apaixonar de novo se ainda existem tantos pedaços espalhados? Como confiar se o tal relacionamento aberto anda na moda e parece que todo mundo aderiu?
Mas a vida trata de colocar as coisas no trilho. O amor se cansa de ser sozinho. Cansa de se entregar demais, se declarar em vão, imaginar noites de amor em claro e cafés da manhã juntinhos. Amor também tem limite e anda junto com o orgulho ferido, o ciúmes de tudo e muda como as fases da lua. Mas não era eu que defendia toda essa modernidade? Bobagem. Ainda quero flores e declarações.
Acho que a gente complica demais, talvez releve de menos, cria expectativas bobas e esquece de olhar para o próprio umbigo. Sou uma eterna apaixonada e simplesmente amo amar. Não sei se devo mudar esse jeito de acreditar que “sim, esse é o cara”. Mas quem irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração? Talvez um dia a pista em questão se estreite, se enfeie, se invalide. Talvez meu coração se canse de amar e meu corpo queira só se apaixonar. Não sei. Será?