Quando eu era – bem – mais nova, ouvia-se dizer que haviam moças para casar e aquelas que eram “desfrutáveis”. Aí, começou a onda do “ficar” e todas nós passamos para o outro lado da linha de conduta. Sim, pois aquilo era o absurdo para valores de alguns anos atrás com namoros onde beijo era quase o selo do matrimônio. Graças a Deus as mentes evoluíram, a moral ficou mais flexível ( até demais) e as mulheres hoje já tem critérios para seus homens. Afinal, se existiam moças para casar, hoje também temos estereótipos do marido perfeito. Funciona muito bem, até o dia em que começamos a brigar pelo trio: tampa de privada aberta – toalha largada em cima da cama – marca de batom na cueca. Ou qualquer coisa que o valha. E é aí que viramos nada. E o casamento acaba. Mas antes, vamos ao que nos leva ( ou não ) à essas loucuras.
HOMEM SEM NOME: Sabe aquele deus grego que trabalha perto de você? Ou aquele carinha que passou a vida inteira te desprezando ? Você jura que ele jamais vai te dar bola, mas um belo dia o peixão cai na sua rede. Sinceramente, a última coisa que você quer saber é o nome da criatura. Boca é feita para beijar e nessa hora – você ainda se beliscando para ter certeza que aquilo não é um sonho – detalhes acabam ficando para depois…bem depois! O problema é na hora de armazenar o telefone dele no seu celular…qual era mesmo o nome do deus?
AH! LEMBREI O SEU NOME! Depois de toda essa loucura, você pode ou não rever o tal deus. O mais provável é que depois do atropelamento você descubra que ele não tem nada a ver com você e cubra novamente a boca dele com os mais perfeitos beijos. Sempre vale a pena! Afinal, no outro dia, você vai se sentir leve, linda, pele perfeita, enfim…E o melhor, sem aquela neura de quem vai ligar primeiro! Mas você também pode ter a sorte dele ser tudo de bom depois da loucura também. Aí sim, nos apegamos aos detalhes: nome, idade, anseios…Quando vocês vão ao cineminha básico domingo a noite de mãos dadas, saem para comer, se despedem só com um beijo e ficam torcendo para a semana passar rápido para se encontrarem novamente…estão prontos para o próximo passo!
NOME E SOBRENOME: O primeiro delírio de uma mulher quando descobre o sobrenome do atual affair é combiná-lo com o dela. Tire esse pensamento doentio da cabeça e pergunte apenas:
– É italiano, amor?
– Não, grego!
Lindo, lindo como um deus. Vocês já vão a cinemas, teatros e…festas de família. A temida hora da verdade! Cenário bizarro onde todos os defeitos genéticos que carregamos se encontram em um verdadeiro circo dos horrores, se espalhando de maneira caricata entre os seus. Ele vai saber de onde vem a sua histeria, sua mania de limpeza, sua miopia cavalar, como você será daqui a 20 anos…além de aturar todas as piadinhas infames de primos, tios e a cara de pitbull do seu pai. Ou seja: Se ele passa nesta prova de fogo, vocês tomam coragem e se casam. Combinam sobrenomes e vão ser felizes para sempre até que a morte os separe. Ou…
PQP!…NÃO QUERO MAIS O SEU SOBRENOME!: Casamento pode até ser bom, mas é complicado…O grande problema é a rotina, mas quem vive sem ela? Como acordar linda, com hálito de menta e o cabelo penteado todos os dias? Como ter tesão por um homem que não se cuida ou acha que trair é natural? E a TPM? Ninguém merece…Aí, chegamos a um consenso: casas separadas. Para quem pode. Ou viver um eterno namoro, sem enrolação, mas com verdade. Agora, o mais confuso é esse tal de “até que a morte os separe”. Morte de quê? Do amor? Do respeito? Do tesão? Sim, porque quando isso acaba, sobra…nada! E aí, voltamos ao cartório e refazemos a nossa identidade. Às vezes mais tristes. Outras extremamente aliviadas. Mas sempre, sempre mais dignas! E recomeçamos a busca por um novo amor. Não para sermos felizes, porque isso já garantimos quando somos inteiras. Mas para ter alguém com quem compartilhá-la…
– Qual o seu nome?
– Nome? Pra que nome? Essa noite eu sou só…sua!