Mais comum em mulheres negras e latinas, o câncer de mama triplo negativo tem no diagnóstico precoce fator vital para tratamento e melhor qualidade de vida

Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) relatam que, apenas no triênio 2023-2025, são esperados mais de 700 mil novos casos de câncer no Brasil¹. Entre as mulheres, que somam 51,1% da população brasileira de acordo com o IBGE, o câncer de mama é o segundo de maior incidência e apresenta a primeira posição em mortalidade.

No entanto, apesar da conscientização nos últimos anos, em especial a campanha Outubro Rosa – movimento internacional de conscientização acerca da importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, com grande relevância no Brasil desde 2002 –, o subtipo triplo negativo ainda é o menos conhecido pela população brasileira. Este tipo de tumor é reconhecidamente o mais agressivo e de prognóstico mais complexo, tendo em seu diagnóstico precoce um fator vital para tratamento.

Cerca de apenas 15%² das pacientes que descobrem o câncer de mama em estágio avançado conseguem se recuperar plenamente, de acordo com dados da Revista Brasileira de Análises Clínicas. “Se uma parcela grande das mulheres já sabe que a detecção precoce da doença pode significar diferentes perspectivas de vida, isso se torna primordial quando se fala do triplo negativo”, destaca a Diretora Associada de Oncologia da Gilead Sciences, Flávia Andreghetto. O diagnóstico ainda no início pode aumentar as chances de vida das pacientes para até 90% dos casos³.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO: O QUE DIFERENCIA E APROXIMA O CMTN DOS DEMAIS

A conscientização do diagnóstico precoce do câncer de mama triplo negativo (CMTN) se faz ainda mais importante no Brasil, considerando que, segundo estudos divulgados pela Unicamp⁴, ele é mais comum em mulheres negras, latinas e abaixo de 40 anos. O CMTN ainda possui maiores taxas de recidiva precoce e de metástase, com baixa taxas de sobrevida. O seu nome remete à dificuldade do tratamento, uma vez que a denominação “triplo” é por conta de três proteínas importantes nessas células cancerosas – as receptoras de estrogênio e progesterona, e a chamada HER2 –, que, por estarem ausentes nesse tipo de carcinoma, diminuem consideravelmente as opções de alvo para a terapia.

“Ele tem crescimento rápido, uma maior probabilidade de se disseminar no momento do diagnóstico e maior chance de recidiva após o tratamento quando comparado aos outros tipos de câncer de mama”, explica Andreghetto. Entretanto, a diretora da Gilead salienta que a detecção precoce do CMTN acontece como a dos demais tipos da doença: “A maior diferença do triplo negativo diz respeito à sua evolução, o que vai se refletir no tratamento, que precisa ser adequado”.

Logo, o diagnóstico precoce deste tipo de tumor também depende de exames clínicos de rotina, do rastreamento mamográfico e do conhecido autoexame – este, recomendado uma vez ao mês a partir da puberdade. Tais recomendações devem ser reforçadas e antecipadas em mulheres com menos de 50 anos que tenham casos de câncer de mama na família.

Responsável por 10% a 15% ⁵ do total dos cânceres de mama no mundo, recentemente o combate ao CMTN metastático ganhou um importante aliado com a chegada do sacituzumabe govitecana ao Brasil. O medicamento recebeu aprovação da Anvisa no mês de outubro de 2022. “Os resultados observados com o sacituzumabe govitecana são expressivos. O ganho de sobrevida global para as pacientes que têm a doença avançada é de praticamente o dobro quando comparada à quimioterapia padrão”, destaca Flávia Andreghetto.

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