Ginecologista destaca os principais sintomas e fatores que auxiliam na prevenção

O movimento Outubro Rosa surgiu na década de 1990 com o objetivo de alertar a sociedade quanto a importância da detecção precoce do câncer de mama. É um dos tipos de câncer que mais atinge mulheres no Brasil e no mundo. São esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. As informações são da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).

“O câncer de mama é a multiplicação e crescimento desordenado das células anormais da mama. Essa multiplicação pode ocorrer tanto nos ductos quanto nas glândulas da mama, gerando os subtipos diferentes do tumor”, explica Elisabete Ostrowski, ginecologista do Hospital Adventista Silvestre – RJ.

Os fatores de risco podem ser divididos em 3 grupos: comportamentais (sobrepeso, sedentarismo, bebida alcoólica), história reprodutiva (primeira menstruação precoce ou menopausa tardia, não ter tido filhos, uso de reposição hormonal ou não amamentar) e hereditários (história familiar de câncer de mama e câncer de ovário).

Não é possível prevenir o câncer em todos os casos, mas existem hábitos que, se incorporados à rotina pode ajudar a reduzir as chances do tumor. Manter o peso adequado, fazer atividade física, não beber bebidas alcoólicas, alimentação saudável, não fumar, amamentar podem ajudar na prevenção.

É de suma importância que a mulher realize exames de rotina, como a mamografia, para detecção precoce do câncer de mama, principalmente por volta dos 40 anos, idade de maior frequência.

“A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda iniciar a mamografia a partir dos 40 anos. Em caso de câncer de mama na família, a idade inicial do rastreio pode variar individualmente”, destaca a ginecologista.

O diagnóstico do câncer em estágios iniciais, fase em que a doença pode ter melhor prognóstico, é extremamente importante, bem como atentar aos sinais. “A maioria é assintomático (principalmente se descoberto inicialmente), mas nódulo palpável fixo, inversão ou retração do mamilo, saída de secreção pelo mamilo, alteração da pele tipo “casca de laranja” e vermelhidão local merecem atenção para procurar um especialista”, alerta Elisabete.

Após um exame físico, seguido de imagem suspeita na mamografia ou ultrassonografia de mamas, é feita uma biópsia e o material é entregue para o patologista avaliar. Confirmada malignidade, o tratamento é programado individualmente. O ideal é seguir o tratamento indicado pelo mastologista. A chance de cura é grande, principalmente se descoberto em estágios iniciais.

“O tratamento varia de acordo a idade da paciente, da fase da doença e do tipo molecular. Pode ser com cirurgia (retirada somente de uma parte da mama ou mastectomia), radioterapia, quimioterapia, terapia biológica e imunoterapia. Não necessariamente a paciente vai precisar de todos os tratamentos citados”, afirma Elisabete.

Durante todo o mês de outubro, são realizadas ações de conscientização da população e reforça para todos, principalmente à mulher, a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama.