Conheci esse mega fotógrafo por acaso, por projetos em comum e sonhos sonhados, e depois da segunda frase trocada no messenger nos tornamos amigos. Márcio é um artista delicado, um homem sensível e um grande cavalheiro. E é com grande alegria e muuuita honra, que mostro um pouquinho dele para vocês!
-Como começou a sua carreira? Você sempre pensou em ser fotógrafo?
Sou natural de BH, tenho 52 anos, sou pai de duas filhas, casado há 20 anos com a mesma mulher… Rsss …Me formei em química pelo Cefet e entrei para FUMA para fazer design gráfico , mas não terminei. Tinha um irmão em NY e me mudei para tentar a vida lá. Comecei lavando prato e, no tempo livre, fazia entrega de saladas para alguns estúdios dos fotógrafos de lá. E foi assim que tive os primeiros contatos com esse mundo da fotografia. Nada romântico, como alguns profissionais narram… Meu avo não me deixou de herança uma rolleiflex, ninguém da família era fotógrafo… Eu comecei a ter contato com essa arte lavando pratos mesmo!
-Quais os trabalhos mais gratificantes que você já fez?
Eu trabalho com o mercado de moda e propaganda, mercados bem comerciais, bem voltados para grana, bem focados nesse objetivo. E temos uma desvantagem aqui em BH, pois não temos nenhuma grande revista de moda de circulação nacional, como Vogue e L`oficiel. Já fiz essas revistas, as maiores marcas mineiras eu já fiz todas. Claro que eles são motivo de orgulho, todos são gratificantes para mim, pois são bons trabalhos. Mas um foi mais gratificante. Em 2008 eu e meu sócio fomos convidados a fazer um livro sobre a chegada da luz no vale do Jequitinhonha. Ficamos lá uns 15 dias e fotografamos o antes e depois na rotina das pessoas. Fizemos retratos, mostramos a casa, as pessoas, tudo que mudou com a energia elétrica. Esse livro foi inscrito no premio Conrado Wessel, que é o mais importante premio na fotografia contemporânea brasileira e ganhamos o primeiro lugar com o projeto ”Sol no céu da nossa casa” que fez com que ganhássemos outros prêmios e méritos, além dos reconhecimentos. Hoje elas estão no acervo do museu do MASP de fotos dentro da coleção MASP PIRELLI, que é a maior coleção de fotografia contemporânea. Como é fora do mercado de moda, gerou novos conhecimentos e novos olhares sobre a minha profissão. Além do grande reconhecimento pelas pessoas ligadas a arte e museus.
-Como você vê a moda mineira?
A moda mineira é muito respeitada, Minas Gerais é um grande polo exportador de moda , desde o grupo mineiro que na década de 80 já bombava, sempre foi vanguarda. Algumas das marcas dessa época são minhas clientes, alguns são meus amigos. E uma moda muito inspiradora e reconhecida e respeitada no Brasil todo. As pessoas sempre me perguntam de que agua a gente bebe,… Rs… Talvez pelo nosso sangue barroco tenhamos um cuidado com os detalhes, pelo acabamento, e isso é um grande diferencial. Temos um carinho maior, um valor respeitado por todo pais. Orgulho-me muito dela.
-Como surgiu a ideia do “Minhas Amigas do Peito”?
Ele foi inspirado no trabalho do também fotógrafo Bob Wolfenson, que na década de oitenta tinha um projeto chamado “Amigas do Peito”. Depois de terminado o trabalho do dia, enquanto a modelo esperava o táxi que iria levá-la ao aeroporto, eu montava a luz e fazia um retrato para postar no Instagram. Com o tempo, todas que chegavam para o job do dia, passaram a pedir para serem fotografadas para o “After Job”, nome do projeto que originou tudo. Comecei a fotografar as modelos de seios de fora como contribuição à campanha Outubro Rosa, de Prevenção ao Câncer de Mama. Há dois anos passei a postá-las no Instagram, com uma tarja rosa cobrindo os mamilos e um texto de alerta sobre a importância da mamografia para o sucesso na cura dessa doença, que acomete mulheres de todo o mundo. Foi um sucesso!
-Uma parte do projeto está no Minas Trend. Quais os planos para ela?
Esse projeto estando no Minas Trend é um grande passo que a gente dá para a causa, pois é um espaço em sua maioria, formado por mulheres. É um publico feminino, antenado, esclarecido. E criamos o mote:
“Se vc quer vestir a roupa que ela veste, porque não fazer o exame que ela faz ?”
Isso criou um link super bacana para a campanha e casou com o Minas Trend. Espero que ele cresça, tendo ainda mais visibilidade para que que muitas mulheres se reconheçam nas imagens e que tenhamos cada vez menos casos de câncer de mama, essa doença que mexe tanto com a auto estima das mulheres.
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