O neuropsicólogo Hugo Monteiro Ferreira, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, é o convidado para abrir a programação do Sempre Um Papo em Belo Horizonte no dia 26 de março, terça-feira, às 19h30, na Biblioteca Pública Luiz de Bessa, na Praça da Liberdade, com entrada gratuita. Vamos?
O neuropsicólogo Hugo Monteiro Ferreira, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, é o convidado para abrir a programação do Sempre Um Papo em Belo Horizonte no dia 26 de março, terça-feira, às 19h30, na Biblioteca Pública Luiz de Bessa, na Praça da Liberdade, com entrada gratuita. Ele falará sobre o tema “A Geração do Quarto e o Massacre de Suzano”, tendo como ponto de partida o acontecimento na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, São Paulo, quando dois jovens ex-alunos atiraram e mataram oito pessoas na escola, no dia 13 de março. Hugo é autor do livro “A Geração do Quarto: Quando Crianças e Adolescentes Nos Ensinam a Amar”, com lançamento previsto para o segundo semestre de 2019.
Hugo Monteiro Ferreira criou, em 2015, o termo “geração do quarto”. A denominação foi dada a jovens e adolescentes que possuem uma relação intensa com a internet, são solitários e, ao mesmo tempo, enfrentam dificuldades na família. Hugo é doutor em Educação e escreveu os livros “Benedito” e “Emílio ou Quando se Nasce com um Vulcão ao Lado”, indicado para o Jabuti 2014 na categoria Juvenil. O termo “quarto” determina também o ambiente selado destes jovens de aparência doméstica e reclusa que, no seu íntimo, são capazes de planejar e executar os mais terríveis acontecimentos. Os dois jovens da tragédia em São Paulo viviam mergulhados na Deep Web, eram especializados em jogos de guerra, com armas e mortes. E se prepararam para o dia 14 de março. Vestiram fantasias – mais que isso, incorporaram os personagens. Como nos jogos, era matar ou morrer. Ou matar e morrer, como foi o caso, na vida real.
Mas seriam os jogos de games os culpados? Hugo pensa que não. Segundo ele, “há uma relação direta e indireta no que diz respeito a violência. Existem pesquisas nas áreas de psicologia, psiquiatria e neurociência que apontam interferência na formação, tanto emocional, mental ou cerebral que tem repercussões comportamentais. Crianças e adolescentes – continua – que utilizam mais de 4 horas da sua rotina diária para experimentar jogos virtuais costumam substituir os seres humanos ou mesmo os animais domésticos pelo computador”. Ainda assim, ele relativiza o papel do game: “o problema é como o jogo é vivenciado. De maneira geral, independente disso, eles são solitários, tem problemas de diálogo com a família e se relacionam pouco com o mundo real”.
Sinopse por Hugo Monteiro Ferreira: “O livro “A Geração do Quarto: Quando Crianças e Adolescentes Nos Ensinam a Amar” é o resultado de uma pesquisa de campo, feita em cinco capitais brasileiras, sobre a geração que nasce no final do Século XX e início do Século XXI e que apresenta adoecimento emocional e mental. No mundo, o suicídio é a segunda causa de morte entre pessoas entre 15 e 29 anos de idade; o fenômeno da automutilação sem intenção suicida é um dos maiores problemas não declarados das redes de ensino, tanto pública quanto privada; a depressão e a síndrome do pânico, além do uso abusivo de álcool, a gravidez na adolescência e a prática sexual sem uso de preservativo são elementos que estão presentes no cotidiano de meninos e meninas violentados/as e violentos. O livro tenta mostrar que não é mais possível fechar os olhos e silenciar diante do pedido de ajuda desse grupo social. O livro critica a ideia de que estamos diante de uma geração fracassada e termina com uma proposição: mais do que categorizar meninos e meninas, devemos ouvi-los/as, eles/elas tem muito a dizer.”
Sempre Um Papo com Hugo Monteiro Ferreira
Dia 26 de março, terça-feira, às 19h30, na Biblioteca Pública Luiz de Bessa, Praça da Liberdade, 21/BH. Entrada Gratuita – Informações: 31 32611501