Especialista indica que cada pessoa tenha um kit com o número necessário para a troca a cada duas horas, considerando também o tempo para sua desinfecção
Em pleno outono, o acessório que se faz mais necessário no momento não é encontrado em lojas de moda, mas feito por costureiros, artesãos ou à própria mão. As máscaras de pano são sugeridas por órgãos de Saúde e pelo Governo para a prevenção à COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus. Com essa indicação, surgem modelos diferentes, com várias estampas e cores. Mas além de ser um acessório, ela pode salvar vidas. “Para que as máscaras tenham essa função, é preciso que toda a população se conscientize de sua importância e a utilize. É preciso pensar que há muitas pessoas assintomáticas e que podem evitar transmitir o vírus com o uso desse acessório”, enfatiza Juliana Bairral*, professora do curso de Medicina da Anhembi Morumbi, integrante da rede internacional de universidades Laureate.
“Imagine um cenário em que todos utilizem as máscaras ao sair de casa para trabalhar ou ir ao mercado. Quem está infectado, tem uma chance baixa de infectar a outra pessoa que também está de máscara. Agora, essa chance de contaminação aumenta quando a pessoa não infectada está sem máscara e ainda mais se ambas estiverem sem máscara”, explica.
Dito isto, alguns cuidados devem ser observados na utilização das máscaras de pano. Em primeiro lugar, elas não são coletivas. Ou seja, cada um da família deve ter o seu kit. A quantidade varia de acordo com a necessidade de saída de casa. Caso a pessoa esteja trabalhando, por exemplo, precisa ter uma máscara para ser trocada a cada duas horas ou em menor tempo caso molhe ou umedeça. Ou seja, se ela passa 12 horas fora de casa, precisa ter pelo menos 6 máscaras para um único dia. “Considerando que estamos entrando em um período mais frio e as máscaras que serão lavadas à noite podem não estar secas pela manhã, é interessante ter um conjunto maior, com cerca de 12 máscaras”, diz a especialista.
Não é preciso investir muito dinheiro. Qualquer tecido pode ser utilizado. No entanto, devem ser evitados os tecidos que possam irritar a pele, como poliéster puro e outros sintéticos, o que faz a recomendação recair preferencialmente por tecidos que tenham praticamente algodão em sua composição, segundo recomendação da ANVISA. A máscara deve ter duas camadas de tecido.
É importante lembrar também que não se deve tocar as máscaras com as mãos durante sua utilização. Ao troca-las, é necessário retirar pelos elásticos, colocar em um saco plástico fechado e lavar as mãos ou utilizar álcool 70º antes de colocar a nova máscara.
Como higienizar a máscara corretamente:
1. Ao chegar em casa, higienize as mãos, retire as máscara pelo elástico, coloque todas as máscaras usadas em uma bacia com água sanitária (1 litro de água para cada 20 ml de água sanitária).
2. Higienize as mãos assim que terminar de colocá-los na água, pois elas podem estar contaminadas.
3. Deixe de molho por 40 minutos e lave bem com água e sabão.
4. Deixe secar, preferencialmente ao sol
5. Passe a ferro.
*Juliana Bairral é docente do curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi. Enfermeira e mestre em Saúde Coletiva.
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