Somente no primeiro semestre deste ano, a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH), do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, registrou 31.398 denúncias referentes à violência contra mulheres, seja de ordem física, sexual, psicológica, moral ou patrimonial.

A cada 2 minutos, uma mulher passa por uma situação de violência doméstica no país e, a cada sete horas, uma é assassinada, simplesmente por ser do sexo feminino, aponta estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2021).

“As estatísticas da violência doméstica no país são alarmantes. Consequentemente, a chance de uma colaboradora de uma empresa estar enfrentando essa situação é quase certa. Por isso, é falsa a ilusão de que, ainda que no ambiente de trabalho tudo ‘pareça’ estar tranquilo, a violência doméstica não esteja presente neste contexto”, explica a Fátima Macedo, psicóloga expert em saúde mental do trabalhador e CEO da Mental Clean.

A especialista ressalta que as mulheres em situação de violência doméstica, muitas vezes, sofrem caladas, por medo, por não terem a quem recorrer, ou até mesmo por não saberem que estão sofrendo algum tipo de violência.

A Mental Clean abraçou essa causa e, há quatro anos, desenvolve um programa específico para auxiliar empresas e organizações a implantar ações de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, que acolhe e presta acompanhamento especializado e completo às funcionárias que vivenciam essa triste situação. O objetivo é contribuir para que elas saiam do ciclo de violência e auxiliá-las na resolução de problemas com integridade e saúde mental.

Ao longo desse período, foram atendidas cerca de 20 empresas que inovaram ao implantar o Programa de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, como é o caso do Magazine Luiza e das Lojas Marisa, entre outras importantes organizações.

De acordo com Fátima Macedo, esse programa vem impactando e mudando a vida de centenas de mulheres que estavam em situação de violência. “É importante que as lideranças percebam que esse é um assunto que diz respeito a todos nós e que é possível reduzir, reverter e prevenir casos de violência contra a mulher nas empresas. Para isso é necessário a criação e manutenção de um programa de atendimento integral às colaboradoras em situação de violência”, pontua a psicóloga.

Novembro Laranja

A iniciativa mundial visa prevenir e eliminar a violência contra mulheres, jovens e meninas, incentivando que instituições, empresas e sociedade promovam ações de conscientização ao longo de 16 dias.

No Brasil essa campanha foi ampliada para “21 Dias de Ativismo pelo fim da Violência contra as Mulheres” — que tem início, em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, para enfatizar a dupla discriminação sofrida pela mulher negra, e encerra-se em 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos.

Entre as ações que serão desenvolvidas pela Mental Clean estão rodas de conversas com os colaboradores sobre o tema, participação na Caminhada pelo Fim da Violência contra as Mulheres, organizada pelo Grupo Mulheres do Brasil, dia 4 de dezembro, piquenique temático, ação de doação de recursos para a Casa da Mulher Brasileira, além de comunicados e informativos sobre o tema, visando a sensibilização e engajamento das pessoas nessa campanha.