Saúde mental e problemas físicos evidenciam a necessidade de empatia e acolhimento

Desde muito novas, as mulheres são levadas a acreditar que é possível ter múltiplas responsabilidades e ainda assim levar uma vida saudável e equilibrada. No cinema, por exemplo, o tema é tratado de forma romantizada, mas a realidade é outra. “A evolução ao mundo contemporâneo fez com que as mulheres conquistassem muitos espaços, sendo isso extremamente importante e positivo em diversos pilares, mas também trouxe sobrecargas. Hoje, a vida é diferente de 30, 50, 100 anos atrás, onde as mulheres assumiam menos papéis na sociedade, e tinham uma vida relativamente mais tranquila. Atualmente, essa sobrecarga traz o adoecimento”, explica Dra. Catia Chuba, médica ginecologista que tem experiência com os produtos da Weleda, marca de tratamento natural eficaz para todas as fases da vida.

Segundo a Dra. Catia, o arquétipo da sobrecarga se contrapõe ao arquétipo do feminino, fazendo com que a mulher se sinta mais cobrada e frequentemente em busca do perfeccionismo, seja na vida profissional, nas tarefas domésticas, na vida de casal e no maternar. “Quando uma criança está envolvida, há uma demanda maior de atenção e cuidado. E quando a mulher percebe que a criança depende dela, que é uma tarefa que ela precisa ‘dar conta’, o sentimento de culpa vem à tona”. Junto a essas turbulências no campo das emoções, o estresse, a irritabilidade, o nervosismo, ansiedade e não raramente, também o burnout e a depressão podem surgir. Assim, os estímulos negativos que afetam a saúde mental, podem ter grande impacto no corpo físico. “Considerando a medicina antroposófica, isso acontece porque o nosso corpo funciona de forma integrada, fazendo com que todos os órgãos trabalhem alinhados. O que afeta o cérebro, consequentemente, também atingirá o estômago”.

Como consequência, as mulheres que vivem sob constante tensão e/ou que têm a tripla jornada – sobrecarga de tarefas em casa, trabalho e cuidado com os filhos -, além das questões na saúde mental, podem desenvolver diversos problemas de saúde física. Para a médica, os casos mais comuns apresentados em seu consultório são: dores musculares, dores de cabeça, cólicas e irregularidades menstruais, problemas digestivos, hiper estímulo dos órgãos neurossensoriais, lapsos de memória, alterações metabólicas que podem promover perda ou ganho de peso, em curto espaço de tempo.

Esses problemas também são enfrentados pela mulher que está em transição da adolescência para a fase adulta – a partir dos 21 anos -, quando está conquistando mais independência, dando início a uma vida nova, com diferentes experiências mundo afora, como a construção de uma carreira, a saída da casa dos pais e cada vez mais responsabilidades. “Este período é intenso e pode ser tanto traumático como belo. É o momento em que a mulher se prepara para ter mais presença no mundo e se mostra mais autêntica e empoderada. Isso faz com que ela se aprofunde na busca de si mesma e desenvolva o autoconhecimento”.

Como recomendação, a médica sugere que as mulheres em tripla jornada não se sintam constrangidas em procurar e pedir ajuda mesmo que profissional, e busquem ter mais leveza e menos necessidade de controle das situações. “O cuidado com as crianças e as tarefas de casa não devem ser responsabilidades exclusivas da mulher, devem ser partilhadas em conexão com o(a) parceiro(a) e buscando opções para construir uma rede de apoio real e afetiva”, explica Chuba.

De acordo com a especialista, é importante que, aos poucos, essas mulheres encontrem um equilíbrio no dia a dia, com momentos de alegria e prazer. Fazendo algo para si, como uma boa massagem, descobrir e se dedicar a um novo hobby, a uma leitura especial ou a um novo esporte ou atividade, assim como cultivar a vida social. Algo que libere os hormônios da felicidade (endorfinas, dopamina, serotonina e ocitocina), trazendo alívio e mais qualidade ao cotidiano.

“Existem também muitos recursos dentro da medicina antroposófica que atuam com o objetivo de tratar os problemas que a mulher em tripla jornada enfrenta. Cada mulher experimenta a fase adulta de uma forma única, e as opções antroposóficas são formuladas e prescritas de acordo com a necessidade e sintoma de cada uma”, esclarece.

Dessa forma, é possível conciliar o cuidado com a saúde – gerenciando as dores mentais e físicas – e o prazer. Outro ponto importante, segundo a médica, é que as mulheres devem se conscientizar cada vez mais que não é possível abraçar todas as tarefas do mundo, e assim, ganhar coragem para falar os temidos ‘nãos’.