Uma pesquisa de moda inspirada na história ferroviária do nosso estado conta a investigação sobre a chegada do trem no Leste de Minas Gerais e revela a cultura de um povo e de municípios que certamente não existiriam, não fosse a linha do trem ter chegado por aqui. Falar do trem é falar da identidade do mineiro e Vanuza Bárbara é a estilista desse novo tempo! No momento em que se discute o consumo consciente e que fazer moda é um desafio quase contraditório, revelamos essa artista ipatinguense. Nesta exposição todas as peças foram feitas com tecidos que iriam para o lixo, com 100% de reaproveitamento!

A artista visual Vanuza Bárbara abriu na quarta feira, dia 30 de outubro, no Museu da Moda,  a exposição “Uma Linha Para Contar Historia”, apresentando 30 looks, numa coleção inspirada na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) que conta sobre a essência da identidade mineira. A exposição tem entrada gratuita e estará em exibição até o dia 01 de dezembro.

PERSONAGEM

O trem é tão importante que tornou-se um personagem do qual muitas pessoas se apropriam por identificação, lembranças, histórias e memórias. A estilista mineira Vanuza Bárbara acredita que o tema reforça o orgulho de pertencer a Minas Gerais e nos apresenta um caminho sobre os trilhos de um modo inédito. O diferencial do seu trabalho é o conceito com foco na produção consciente: 100% da coleção é feita com tecidos reaproveitados.

A linha tem muitos significados nesta nova coleção: é a linha de ferro, a linha de costura, a linha da vida. E todas elas vão contar as histórias que acontecem e aconteceram, passam ou passaram dentro do trem, as margens da ferrovia, no entorno das estações, nos túneis, do lado de fora da janela do transporte que já foi a vapor, mas que agora tem nova tecnologia.

FRAGMENTOS COSTURADOS

A coleção foi criada com base em pesquisa de campo, conversas com preservacionistas ferroviários, jornalistas e famílias que participaram ativamente da chegada da linha de trem na região. E entre uma informação e outra, a habilidosa estilista costurou estes fragmentos da história da EFVM a uma profunda reflexão sobre as fases da vida. Tudo isso expresso em cores, cortes, pinturas e bordados.

FASES DA COLEÇÃO

Na primeira fase, as peças são inspiradas nas linhas arquitetônicas das estações, sempre buscando a simetria e o perfeccionismo. E nos convida a refletir sobre julgarmos sobre as aparências. Considerando o valor apenas no que é belo, sem pensar que a realidade por dentro é dura e fria como o concreto.

A escuridão do túnel marca a segunda fase da exposição. Com tecidos em tons de azul marinho e roupas assimétricas, a artista visual Bárbara Vanuza mostra que quando o medo, a solidão a angústia e tantas outras sensações ruins, muito próprias em situações desconhecidas ou difíceis, nos assolam é preciso deixar para trás comportamentos, hábitos, pensamentos que possam nos impedir de seguir corajosamente, contemplar a luz no fim do túnel e romper a escuridão.

Por fim, Bárbara mostra por meio de suas peças que, ao passar os túneis da vida, existe um desembarque revelador, numa chegada aos objetivos e destino final cheio de cores alegres e muita leveza, mas estas belezas,que só são possíveis ver com os “olhos da gratidão”, apenas quem passa e sai do túnel consegue ver.

A ARTISTA

Há 22 anos,Vanusa trabalha com moda e resolveu seguir nesta carreira um caminho de responsabilidade em duas esferas importantes: ambiental e social. E os números impressionam: 100% das roupas desta coleção foram feitas com tecidos de refugo da indústria local, ou seja, de restos de tecidos de fábricas que iriam para o aterro sanitário são reaproveitados por ela.Os retalhos são sinônimo de oportunidade para “Mulheres fazendo Arte”, um grupo de 25 mulheres se que descobriram como habilidosas bordadeiras no desafio de ornar as peças de Vanuza sempre ricas em detalhes manuais, uma marca da artista visual.Nas mãos das artesãs, supervisionadas pela estilista, os tecidos se transformam em obra de arte e o talento em fonte de renda para quem esta em casa com mãos e corações dispostos a se integrar a parte social do projeto da artista.

SERVIÇO

Temporada de 1 de novembro a 1 de dezembro.

Visitação de terça a sexta, das 9h às 21h; sábados e domingos das 10h às 14h.

Email: mumo.fmc@pbh.gov.br
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Site: www.bhfazcultura.pbh.gov.br/mumo